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Museu de Medicina Legal da Toledo Prudente é referência em estudos de criminologia

Alunos do curso de Direito do Centro Universitário usam o acervo nas disciplinas Medicina Legal e Direito Penal, garantindo um diferencial na formação.

Mariane Peres

04/03/2021

Oferecer aos alunos mais que teoria está entre os diferenciais da Toledo Prudente. E além dos muitos laboratórios, o Centro Universitário conta ainda com o “Museu de Medicina Legal (MML)”, referência na região de Presidente Prudente. Conhecido popularmente como uma espécie de  “Museu do Crime”, o local possui um acervo com mais de 1 mil peças para análise e estudos referentes à medicina legal, criminologia, ciências forenses,  entre outras áreas do Direito.

Fundado em 1965, por iniciativa do Doutor José Cupertino D´Arce, que na época atuava como professor de Medicina Legal da Toledo Prudente, o local de acervo didático e criminal visava disponibilizar aos estudantes e profissionais da área de Direito contato direto com instrumentos dos crimes mais significativos e de maior repercussão em Presidente Prudente e região.

Conforme o professor do curso de Direito do Centro Universitário, Florestan Rodrigo do Prado, também por ser aberto ao público e por  possuir artefatos reais ligados a crimes que ocorreram na região de Presidente Prudente, o Museu tornou-se referência para visitação. “Devido aos diversos objetos que compõem seu acervo, ele vai muito além da disciplina de Medicina Legal, pois envolve áreas correlatas a ela, tais como a criminologia, a psiquiatria forense, as ciências penitenciárias, dentre outras, detendo um vasto acervo de objetos, artefatos, fotos e outras  peças processuais que tornam mais rico o aprendizado jurídico e  a  pesquisa forense dos nossos alunos”, explica.


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O acervo é utilizado pelos alunos nas disciplinas de Medicina Legal e de Direito Penal, proporcionando melhor vivência prática, conforme o aluno do 9º termo de Direito, Paulo Augusto da Silva. “O Museu é uma forma de ter contato maior com os exemplos relacionados às questões inerentes as matérias, como facas, fotos e utensílios em geral”.

Por conter materiais  originais que foram  utilizados em crimes, o Museu de Medicina Legal também costuma ser uma extraordinária  ferramenta pedagógica para a realização de aulas do curso de Direito,  com a utilização didática de objetos  do seu acervo, além de propiciar a pesquisa para a produção de importantes trabalhos acadêmicos e  de monografias. “Há itens muito importantes em nosso museu, de imensurável importância didática para o aprendizado do aluno de Direito, haja vista que temos um conjunto de ‘instrumentos de crimes’, tais  como armas brancas e artesanais, cordas improvisadas utilizadas em presídios, pertences de vítimas de crimes, instrumentos contundentes e perfurantes, fotografias de exames necroscópicos, estatutos  manuscritos de facções criminosas, entre outros”, ressalta o docente.

Para o aluno, ter um acervo tão completo na instituição é um diferencial. “A Medicina Legal é muito interessante porque ela fornece ferramentas essenciais para a concretude do Direito, como o Direito Penal que lida com a dogmática e aspectos abstratos. Além de ser riquíssima na percepção, como exemplo, o uso de coleta de digitais”, diz.

Conheça os crimes mais populares com artefatos no da Toledo Prudente

Os itens disponíveis no museu servem para auxiliar nos estudos diante de julgamentos de crimes, tanto para conseguir comprovar a materialidade do fato consumado ou até mesmo a inocência de uma pessoa julgada. Entre os muitos crimes os quais há objetos no acervo, os principais e de maior repercussão são:

- Cabo da picareta: utilizado para assassinar o então prefeito de Presidente Prudente, Florivaldo Leal, em dezembro de 1965. O autor seria um funcionário da Prefeitura de Presidente Prudente, que havia sido demitido e, devido ao seu descontentamento com o fato, aproveitou o momento em que o chefe do executivo deixava a prefeitura para mata-lo. Leal foi golpeado na cabeça e morreu dias depois no hospital.

- O crime da mala: o fato gerou comoção em Presidente Prudente no final dos anos de 1960. Durante um aborto qualificado mal sucedido, a jovem submetida ao mesmo faleceu. Diante disso, a autora que realizava o procedimento junto a comparsas, colocou o corpo da vítima em uma mala, a qual pretendia jogar no Rio Paraná, em Presidente Epitácio. Ela foi detida e presa antes de concluir seu “plano macabro”.

- Estatutos de Facções Criminosas: são diversas anotações manuscritas por membros de facções criminosas que atuam dentro e fora de presídios no país. Nos artefatos estão as “regras e as leis” seguidas por eles, assim como as medidas adotadas em casos de saída da facção ou delações de integrantes.

Há também diversos objetos contundentes e artesanais produzidos por detentos, assim como telefones celulares que foram apreendidos em revistas carcerárias em presídios da região. O Museu também possui itens utilizados, no passado, em torturas policialescas – como máquinas de choque aplicadas em interrogatórios policiais – e muitos outros.

Como agendar visitas?

Por possuir um dos únicos acervos no país com esta temática criminal, o Museu de Medicina Legal da Toledo Prudente atrai docentes, discentes e toda a comunidade em geral. Para visitação, é necessário fazer um agendamento prévio por meio do link clicando aqui!.