Propostas para tratamento do usuário de drogas são discutidas

07/10/2014

Com o objetivo de discutir propostas para o tratamento jurídico dado ao usuário de drogas no Brasil, foi realizada na noite de ontem (6), uma audiência pública que contou com a presença de autoridades, alunos dos cursos de Direito e Serviço Social, professores e sociedade em geral.
 
Fernanda Madrid, professora do curso de Direito e coordenadora da atividade, explica que os alunos tiveram dois meses para desenvolverem as propostas. 
 
“O objetivo principal era fazer com que os alunos pensassem sobre o problema de forma crítica e o objetivo foi alcançado, pois as propostas apresentadas foram interessantes e heterogêneas”, assegura.
 
O aluno do 6º termo A do curso de Direito, Felipe Gava Silva e o seu grupo expuseram o sistema adotado em Portugal.
 
“Lá, o usuário que está com uma pequena quantidade pré-estabelecida não é tratado como criminoso. A proposta é boa, porém para ser aplicada no Brasil precisa de ajustes na infraestrutura tanto na área da saúde quanto na segurança pública”, explica.
 
Na audiência pública, a Polícia Militar foi representada pelo Coronel Monteiro. 
 
“O assunto é polêmico e a função da Polícia Militar é amenizar essa situação na sociedade, pois o problema das drogas está diretamente relacionado aos valores éticos, morais e também a educação”, diz.
 
A assistente social do Hospital São João de Presidente Prudente, Ana Roberta Hoedlich, comenta que a discussão é importante. 
 
“Lido diariamente com dependentes químicos e o importante é dar a eles uma nova perspectiva. Além disso, precisamos lembrar que não é só o dependente químico que precisa ser tratado, mas toda a família”, afirma.
 
O aluno do 2º termo do curso de Serviço Social da Toledo, João Aparecido Dias Aguilar, usou drogas dos 14 aos 36 anos.
 
“Faz dois anos e oito meses que estou livre das drogas, mas o que ainda falta é a compreensão exata de que a dependência química é uma doença”, garante.
 
Segundo ele, o crack e a cocaína causam uma depressão profunda e ter a família ao seu lado foi um diferencial para que lutasse contra o vício.   
 
Conforme Fernanda, o objetivo é manter a audiência no próximo semestre.
 
“Sem dúvida a audiência superou as expectativas, porque os alunos participaram do debate e se empenharam para que a atividade acontecesse”, finaliza.