Alunos atuam como delegados no caso da Boate Kiss

Proposta é do professor Mário Coimbra, que é promotor de justiça e ministra a disciplina de Processo Penal

26/03/2013

Os alunos dos 5ºs termos do curso de Direito da Toledo Presidente Prudente entregarão nesta semana um relatório sobre as investigações do caso do incêndio da Boate Kiss, que ocasionou mais de 240 mortes na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

A atividade acadêmica é uma proposta do professor Mário Coimbra, que é promotor de justiça e ministra a disciplina de Processo Penal.

“Os estudantes vão entregar peças de inquérito que vão indicar quem são os indiciados neste caso e por quê”. O professor ressalta que essa é a atividade é proposta e reafirma a necessidade do profissional em Direito exercer os conhecimentos em realidades adversas. “E aproveitamos esta situação, que está em plena atividade de investigação e que foi notícia em todo o Brasil e até no mundo”, comenta.

O aluno Bruno Prado Beraldo, do 5º termo C acrescenta que o inquérito policial que será entregue para o professor será fundamentado com entrevistas retiradas de TV, sites, jornais e revistas.

“Gostei muito da iniciativa do professor, até porque é um caso que está sendo muito falado e acima de tudo, é um caso real e que nos motiva ainda mais a estudar de uma maneira bem diferente e intrigante”, comenta.

Entenda - O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 241 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. O inquérito policial, que indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12, conclui que:

- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas

Foto: Divulgação