Procurador, que é professor da Pós, cobra fim do trote

O professor da pós-graduação em Direito das Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo, que também é procurador regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias (foto), anunciou o envio de um ofício a todas as faculdades, centros universitários e universidades do Estado de São Paulo.

O objetivo é que estas instituições adotem medidas preventivas e informativas necessárias para evitar novos casos de ações violentas na recepção dos estudantes do ensino superior. “Devemos primeiramente orientar diretores, professores e outros, para que informem os alunos sobre os regimentos internos e externos, que são baseados na legislação em vigor para punir aqueles que praticam esta ação violenta e primitiva, que teve início na idade média”, explica.
 
Dias esclarece que mesmo fora da área sob responsabilidade da faculdade, a instituição ainda é responsável pelas ações, independente da localização, mas considerando a ligação dos infratores com a instituição de ensino superior. “Se estes infratores estão matriculados nestas faculdades, entendem-se que ela é responsável e deve atuar sobre isso”, diz.

A orientação é de que ao ser vítima dos trotes, pais, calouros ou veteranos que venham a presenciar o ato, denuncie na faculdade, na polícia e até no Ministério Público. Ao receber o ofício da procuradoria regional dos Direitos do Cidadão, as instituições de ensino têm um prazo de até 20 dias para informar quais são as medidas que serão adotadas já para 2010.
 
Nas Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo, em quase cinco décadas de existência, nunca houve a prática do trote violento ou qualquer atitude que pudesse provocar constrangimento aos calouros ou a membros da comunidade.
 
"Recebemos o ofício e a resposta sobre as medidas preventivas da Toledo já foi devidamente encaminhada ao órgão competente. A postura ética é assimilada pelos veteranos, que recebem anualmente os novos colegas em uma ação conjunta de recepção solidária ao calouro com doação de sanguee cadastro de medula óssea", explica a diretora acadêmica da Toledo, Zely Fernanda de Toledo Pennacchi Machado.
 
Você sabia? 
 
A origem do trote data da Idade Média, quando os estudantes recém-admitidos eram colocados em uma sala chamada de vestíbulo, local que passavam antes de entrar em sala de aula. Lá eles tinham os cabelos raspados, como medida preventiva de doenças, sobretudo para inibir a proliferação de piolhos e outras.