Das pistas à Fisioterapia: a corrida de Rayssa e Gabriel

O coração acelerado, a respiração ofegante e o suor molhando a camisa da atleta Rayssa Rodrigues, após participar de mais uma prova da modalidade, deram lugar ao nervosismo por mirar, com os olhos castanho-escuros, o também atleta Gabriel Boza, há poucos metros de distância no estádio que sediava o Campeonato Estadual Sub-18, em 2019, na cidade de São Bernardo do Campo, ABC paulista. 

Bastou o celular vibrar com um “parabéns pelo desempenho” para que os dois começassem a conversar, tornar-se amigos e, por fim, namorados. Hoje, além de dividirem a vida e a carreira no atletismo, eles também compartilham a sala de aula, os livros e o amor pela anatomia, no curso de Fisioterapia da Toledo Prudente. 

“É incrível compartilhar isso com ela. Até mesmo nas competições, sempre que um está perto do outro, nos sentimos mais motivados e inspirados. Com os estudos é a mesma coisa, um puxa o outro”, declara o atleta de salto em distância que começou na modalidade por acaso. 

Natural de São José dos Pinhais (PR), Gabriel – atualmente, com 19 anos – sempre gostou de praticar esporte. Influenciado pelo irmão, a primeira modalidade com que teve contato foi o skate. Após inúmeros ollies, flips e backsides, abandonou o shape para se dedicar profissionalmente ao futebol de salão, modalidade que tinha como hobby. 

Aos 14 anos, durante a participação nos Jogos Escolares, conheceu o atletismo. Em uma das provas, alcançou a marca de 5,91 metros na modalidade salto em distância, feito excelente, já que nunca havia treinado. A partir de então, vieram as competições regionais, macrorregionais, estaduais, brasileiras e sul-americanas. Caminhos que o levaram aos de Rayssa Rodrigues. 

Hoje, também com 19 anos, a jovem corre em busca dos títulos em duas modalidades: salto em distância e 100 metros rasos. Mas nem sempre foi assim. Quem viu a menina sentada no banco do estádio, não imaginava que, um dia, o atletismo seria sua maior paixão. Agora, ela continua o legado iniciado pelo pai e também treinador Cremilson Rodrigues, conhecido por “Montanha”, que veio de Salvador (BA) para se dedicar exclusivamente à modalidade. 

A atleta faz parte do clube que tentou diversas práticas, como balé, natação e até basquete, mas se encontrou na adrenalina que invade o corpo a cada disputa na pista levemente sinuosa. Em seus planos futuros, a vontade de integrar a Seleção Brasileira, além dos campeonatos mundiais e pan-americanos da categoria. Outro amor, porém, cruzou seu caminho. 

Do outro lado 

Em meio à rotina de treinos intensa, o casal corre atrás de mais um objetivo: graduar-se em Fisioterapia. Para isso, é necessário disciplina e dedicação, já que as aulas e os treinos são diários. 

“Me apaixonei por Fisioterapia desde o dia em que me lesionei e fui parar em uma clínica. Todos foram muito cuidadosos comigo e, a partir daí, coloquei na cabeça que era isso o que queria para a vida. Após conhecer a Toledo Prudente e a metodologia de ensino do curso, decidi que era a faculdade certa para mim”, relembra Rayssa. 

Já para Gabriel, o amor pela área começou ainda na escola, durante as aulas de Biologia. Observador do corpo humano, antes mesmo de ingressar na faculdade, baixou um aplicativo de identificação dos músculos e ossos do corpo – decorá-los é sua terapia. 

“O corpo humano é inexplicável e isso sempre chamou minha atenção. Por isso, buscava um curso que se relacionasse com ele e com o atletismo, e Fisioterapia foi certeiro. A Toledo Prudente abriu as portas para mim e para a Ray”, acrescenta.

A inspiração dos jovens é a fisioterapia desportiva, especialidade voltada ao cuidado com os atletas a curto e longo prazo. Tantos anos de cuidado resultaram na vontade de correr também do outro lado, em busca de proporcionar melhores condições físicas a futuros atletas.