DURANTE A PANDEMIA

Assistentes sociais trabalham na garantia de direitos

Uma das áreas que intensificou seu trabalho na luta por direitos, é a do Serviço Social. Os assistentes sociais, neste período de pandemia, continuam no atendimento a diversos setores da sociedade

Laís Ernesto

28/05/2020

Muito tem se falado nos profissionais que trabalham na linha de frente no combate à Covid-19. Uma das áreas que intensificou seu trabalho na luta por direitos, é a do Serviço Social. Os assistentes sociais, neste período de pandemia, continuam no atendimento a diversos setores da sociedade.


O exemplo vem do cuidado às famílias carentes, às pessoas em situação de rua, aos sentenciados, entre tantos outros. Bruna Riedo, assistente social no Centro POP de Presidente Prudente, responsável pelo atendimento, encaminhamento e orientações às pessoas que se encontram em situação de rua no município, conta que neste momento, o fornecimento de benefícios eventuais, como banhos diários e o café da manhã sofreram mudanças. “Devido à pandemia, esses benefícios eventuais são fornecidos no PUM – Parque de Uso Múltiplo, para que haja um maior distanciamento, e medidas sugeridas para os serviços essenciais”, conta.


“Nesse momento, o sentimento é bem ambíguo, ao mesmo tempo em que estou muito satisfeita em poder trabalhar, visando a busca da melhoria na vida do cidadão atendido, também há o receio de ser vítima do contágio, devido à alta exposição em que os profissionais estão suscetíveis”, completa Riedo.


O olhar do assistente social, é o triunfo para a garantia da defesa do direito a todos. Também, neste momento, o acolhimento, a escuta qualificada, o esclarecimento de dúvidas, a orientação dos benefícios sociais e o acesso às informações seguras chegam às gestantes, puérperas, crianças e adolescentes, por meio da assistente social Camila Aguera, no Hospital Estadual de Presidente Prudente.


A profissional conta que se sente privilegiada por poder colaborar com o atendimento. “O assistente social, neste período de pandemia, se apresenta como um profissional essencial! Podemos parar e olhar para as demandas, acolher e intervir para garantir um atendimento integral respeitando as particularidades e o contexto social de cada indivíduo”, comenta Aguera.


“Considerando que sair de casa hoje seja um risco para todos, pois ficamos expostos, eu tenho orgulho de trabalhar, ser assistente social e poder contribuir para a autonomia e emancipação social dos usuários em pequenos atendimentos que sabemos que fazem grandes diferenças!”, acrescenta a assistente social.


Também uma das importantes atuações da área está no atendimento aos sentenciados em presídios. Fernanda Vincoletto, assistente social na Penitenciária Wellington Rodrigo Segura, de Presidente Prudente, que atua na viabilização de direitos dos sentenciados, conta que a pandemia mudou tudo. A principal mudança foi a readaptação na forma de atender. “Antes, os atendimentos eram feitos presencialmente, agora, a maioria é realizada via bilhete”, conta.


A profissional acredita que essa situação a fez compreender a importância do trabalho do assistente social na instituição. “Senti medo e insegurança, já que temos famílias e não queremos nos expor a riscos. Numa situação como esta vemos de forma coletiva a importância do assistente social, especialmente porque sofremos de forma conjuntural os reflexos da questão social, potencializados pelo sucateamento que a Política de Assistência Social sofreu nos últimos anos. Observamos que uma Política de Assistência Social forte e estruturada é essencial em um momento de crise, possibilitando que os usuários conheçam e tenham acesso a seus direitos”, reflete.


Vincoletto acrescenta ainda que “meu desejo é que essa valorização ocorra, tanto da Política como do profissional, pois a sociedade em geral será diretamente beneficiada”.


Juliene Aglio Parrao, coordenadora do curso de Serviço Social da Toledo Prudente Centro Universitário, diz que grande parte dos profissionais da área atuam diretamente nas políticas públicas (CRAS, CREAS, INSS, hospitais, postos de saúde etc). “Em situações de emergências como uma pandemia, eles continuam trabalhando em defesa dos direitos dos usuários, atendendo às demandas da população. Um grande número de assistentes sociais integra a linha de frente no enfrentamento à Covid-19. Eles não pararam um dia”, ressalta.


A coordenadora, que usa as suas redes sociais para homenagear os profissionais e estagiários da área que continuam nesta luta, diz que os assistentes sociais atuam, não somente no atendimento direto do usuário, mas também na gestão. “O contexto atual implicou na participação dos assistentes sociais diretamente na gestão, definindo estratégias e na construção de fluxos institucionais necessários para o atendimento à população”, explica Parrao.