CONVERSA SÉRIA

Advogada que defende reú no caso “Boate Kiss” conversa com alunos do Direito da Toledo Prudente

Por meio de uma plataforma online, os estudantes puderam ficar por dentro de um dos casos mais emblemáticos do país, com a contribuição da Dra Tatiana Borsa.

Julhia Marqueti

03/03/2023

Nesta sexta (03), a advogada Tatiana Borsa se reuniu com os alunos do curso de Direito da Toledo Prudente, mais especificamente do Grupo de Competições de Direito Processual Penal. O tema do encontro foi “Bastidores da Boate Kiss”, já que a Dra defende o músico Marcelo de Jesus dos Santos, um dos quatro réus do caso. 


Durante a conversa, vários assuntos foram abordados. Isso porque o caso chama atenção por muitos motivos, principalmente aos futuros profissionais da área de Direito. 


“Eles buscam saber como foi o fato, perguntam como está o Marcelo, como foi a participação dele. Não tem um tema específico quando se fala em ‘Boate Kiss’, tem a curiosidade geral de como tudo aconteceu, como iniciou o fogo, etc”, conta dra. Tatiana. 


A conversa durou cerca de uma hora e, entre vários assuntos abordados, a advogada citou uma das suas principais falas durante o processo: “justiça não é vingança” e explicou o motivo de usá-la. 


“A gente vê a revolta dos familiares em querer, a qualquer custo, que a justiça seja feita. Mas a justiça sendo feita e prendendo apenas os acusados, não é justiça, é vingança. Porque a justiça seria feita se todos os responsáveis realmente estivessem na banca dos réus, sendo que os responsáveis por essa tragédia, como o prefeito, os bombeiros, o Ministério Público, todas as pessoas envolvidas para que uma casa noturna funcione, para que ela possa abrir com toda segurança, não estão sendo nem citados. Queremos vingança quando centramos forças em querer condenar apenas quatro pessoas”, pontua a advogada. 


Vale lembrar que o caso “Boate Kiss” aconteceu em 2013, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O incêndio matou 242 pessoas e, no processo, estão presentes quatro réus, sendo eles: Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da casa noturna, Marcelo de Jesus do Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e o auxiliar, Luciano Bonilha.  


Expectativas superadas 

Para Fernando Xavier, monitor sênior e co-fundador do Grupo de Competições de Direito Processual Penal, a oportunidade de conversar sobre o caso com alguém que está vivendo-o todos os dias foi satisfatório e superou as expectativas. 


“Sei que também superou as expectativas dos demais graduandos. A partir das falas e dúvidas sanadas pela Doutora, a respeito do caso da Boate Kiss, tivemos conhecimento sobre diversas informações que nem fazíamos ideia a respeito dos bastidores. Nos mostrando a importância do poder da oratória, de se manter firme naquilo que acredita. Pudemos observar que ela está realmente a procura de justiça e não de vingança. Se tenho certeza de algo, é que os alunos que assistiram sua exposição, pensaram do mesmo modo e perceberam estritamente isso, e como disse nossa Monitora do Grupo, Lorena Novaes, ‘um até logo’ é o essencial para definir o sentimento, pois esperamos traze-la novamente de forma presencial”, concluiu.