Opinião

COMO O APAGÃO DE FALTA DE ENGENHEIROS ATRASA UM PAÍS E UMA REGIÃO

21/03/2024

Quando uma narrativa precisa ser ouvida, creditada, sempre é fundamental que apresentemos fatos, estatísticas, números, que tornam a realidade que queremos expor mais clara. Vamos lá...


O país que possui a maior proporção de engenheiros por habitantes é a Alemanha, seguida por Estados Unidos, Rússia, China, Irã, Índia, Japão e Coreia do Sul. Nos Estados Unidos são quase 25 engenheiros por 1000 habitantes, enquanto no Brasil mal chegamos a 5 engenheiros por 1000 habitantes. Segundo a CNI – Confederação Nacional da Indústria, o ideal seria que houvesse 15 engenheiros para cada 1000 habitantes.


Esse déficit só vem crescendo nos últimos 5 anos. Uma das principais atribuições para o bom profissional de engenharia é sua capacidade criativa, inovadora, afinal, ciência e as engenharias andam alinhadas na história, e a engenharia nada mais é do que a aplicação prática da ciência. Um país que não “produz” engenheiros, não produz capital intelectual está fadado a ser eternamente um fornecedor de matérias primas e nunca um difusor de ideias e invenções.


Mas vamos trazer esta temática para nossa região, nossa realidade... A região de Presidente Prudente, segundo dados do Censo 2022, possui cerca de 880.000 habitantes. Analisando o “mundo ideal” (15 engenheiros para cada 1000 habitantes) preconizado pela CNI, deveríamos ter algo próximo a 13.000 engenheiros ativos, e segundo dados obtidos para este artigo, possuímos aproximadamente 3.500 profissionais ativos, aproximadamente 25% do necessário.


Estamos falando num vácuo, que produz deficiências, e com certeza, subdesenvolvimento, falta de perspectivas e novas oportunidades para alavancar o crescimento. Numa região que há séculos é alavancada pelo agronegócio, é inimaginável o que ocorreu no ano passado, com o encerramento dos cursos de engenharia ambiental nas instituições de ensino superior da região. Para ilustrar melhor para o leitor deste artigo, vamos descrever nos próximos textos como as melhores empresas e profissionais da região, gente daqui, de nossa realidade tem sofrido com a falta de profissionais na área de engenharia, e quanto podíamos estar caminhando para frente.

Autor (a):
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Roberto Ito

Roberto Ito é docente de Engenharia Civil da Toledo Prudente Centro Universitário.