Opinião

A “imobilidade” urbana

25/01/2022

Você já deve ter ouvido falar de Mobilidade Urbana, não é? Mas afinal, do que se trata esse assunto tão presente no cotidiano das pessoas? Diversos autores definem a mobilidade urbana como a capacidade e/ou facilidade de deslocamento em áreas urbanas, ou seja, a ida para o trabalho e a volta para casa.


Diariamente, milhares de pessoas saem de seus lares para realizar as mais diversas funções, vão para escola, para o mercado, para a casa de amigos e familiares, algumas fazem um trajeto menor e outras um trajeto maior, algumas pessoas utilizam o sistema de transporte público coletivo ou individual, e tudo isso é tema debatido na área de Mobilidade Urbana.


Nos grandes centros, essa mobilidade é caótica, congestionada e pode ser letal, muitas pessoas se deslocam para diversos locais e isso cria uma rede de fluxo envolvendo pedestres, ciclistas e motoristas, em sua maioria, com pressa para chegar ao seu destino, fato que pode ser compreendido, já que algumas pessoas passam mais de 4 horas diárias só para sair de casa e ir ao trabalho. Esse tempo gasto no transporte diário poderia ser utilizado de outras maneiras, como para o lazer, passear no parque, ajudar os filhos com a lição de casa ou simplesmente descansar para poder trabalhar melhor no dia seguinte.


Várias ferramentas já foram desenvolvidas para melhorar a eficiência da mobilidade urbana, com o objetivo de gastar menos tempo e recurso financeiro com os deslocamentos diários, desde ciclovias até túneis subterrâneos e cada vez mais pessoas se deslocam e se espremem nos horários de pico.


Mas seria essa a melhor solução? E se as pessoas não precisassem se locomover tanto? Imagine você morando a poucas quadras de uma bela área verde, um pouco mais à frente, um pequeno centro comercial, com mercado, farmácia e padaria. Logo ao lado a escola das crianças e depois do caixa eletrônico o seu local de trabalho. Podemos pensar em uma cidade compacta, ocupando os vazios urbanos com equipamentos e serviços, para que as pessoas não precisassem de tantos deslocamentos, talvez um pouco de “imobilidade” urbana seja uma boa opção.

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Rodrigo Cezar Criado

Rodrigo Cezar Criado é doutor em Geografia e professor dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia de Produção da Toledo Prudente Centro Universitário.