Opinião

Setembro Amarelo: a importância do acolhimento

24/09/2020

Estamos no mês conhecido pelas campanhas voltadas à prevenção ao suicídio. Segundo dados da Campanha Setembro Amarelo, que acontece desde 2014, são registrados aproximadamente 12 mil suicídios todos os anos no Brasil. A temática ainda é tabu para muitas pessoas, principalmente pela propagação da ideia de que não se deve falar de suicídio, sob o argumento de que o assunto poderia servir de gatilho e gerar novos casos.


A campanha deu um novo norte ao assunto afirmando que sim, é fundamental falar. Levar conhecimento sobre o assunto possibilita identificar comportamentos, permitindo a oferta imediata de ajuda. Além disso, a pessoa em sofrimento se sente acolhida e segura para procurar apoio especializado.


Com o crescente número entre crianças e jovens, a escuta sensível e afetuosa deve acontecer principalmente nos ambientes escolares e universitários. Em muitas situações, esses indivíduos permanecem mais tempo nos espaços acadêmicos do que na própria casa, sendo possível, através da observação de condutas e do relacionamento com os colegas, identificar pontos de atenção.


Mas não basta observar, é cada vez mais essencial o fácil acesso a núcleos e espaços de acolhimento dentro das instituições, com pessoas para ouvir, amparar e, se necessário, encaminhar a atendimentos especializados. Em tempos de pandemia e isolamento social, a atenção com a saúde mental dos estudantes deve ser redobrada, podendo ser uma boa alternativa as escutas online.


Não há mais espaço para negligenciar o assunto. A omissão gera solidão e sensação de desamparo, agravando o quadro. O mês de setembro deve ser o mês para se falar em empatia, em perceber o outro. Nos tempos atuais, onde o tempo passou a ser bem de alto valor, ouvir alguém é a maior representação de respeito e amor ao próximo, podendo significar a preservação da vida.


Sugerimos e esperamos que toda a sociedade, principalmente os espaços acadêmicos, falem e escutem. Somente assim compreenderemos e deixaremos de julgar familiares de pessoas que tentaram contra a vida. Ao invés de julgar, tente se colocar no lugar do outro e compreenda. Seja empático todos os meses do ano.


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Carla Destro

Supervisoras de Monografia da Toledo Prudente Centro Universitário