Opinião
O Marketing morreu. E agora?
11/08/2020
Para
muitos o Marketing morreu juntamente com a falência e o desaparecimento de
inúmeras empresas nesta pandemia. E por que morreram ou desapareceram? Com
certeza um “case” que merece estudo
aprofundado por nós acadêmicos e pesquisadores desta área.
Sou adepto de que atualmente não podemos mais fazer diferenciações entre o Marketing tradicional (OFF) e Marketing Digital (ON). Portanto, vou nomear apenas de Marketing.
A primeira questão é tentar entender porque as pessoas compram. Compram por necessidade, por emoção, para comemorar uma conquista, por inclusão social, pelo puro e simples desejo de ter algo, por status, por prazer e pela incrível, pasmem vocês, inveja. Reflitam comigo: quantos destes aspectos se perderam na pandemia? Muitos não?
A segunda questão é tudo hoje tem que ser muito imediatista: o melhor, mais moderno, mais rápido, mais barato, mais quente, mais frio, mais gostoso, mais seguro, mais cordial, mais elegante, mais durável, mais confortável, o mais relaxante, menos estressante, mais saudável, mais refinado... Sim, tudo tem que ser “fast”. Novamente a reflexão: quem estava preparado para tudo isto? Poucos não?
Alguns indicadores podem subsidiar minha afirmação: 96% dos compradores pesquisam de forma online antes de comprar em uma loja física, 92% gastam mais tempo pesquisando online sobre um produto/serviço antes de ir pessoalmente em uma loja física, 87% checam de forma online se a loja física possui o produto que querem comprar, 66% já compraram online e retiraram na loja física (que é uma forte tendência) e 93% compram online para não precisarem ir a uma loja física.
Diante deste cenário, percebemos que o Marketing morreu nestas empresas porque não estavam preparados para este momento e para os próximos que seguirão. Cito a letra da música que Lulu Santos canta: “nada do que foi será do jeito que já foi um dia”. Percebemos claramente que a falta de Planejamento Estratégico empresarial e também em Marketing tem feito toda a diferença na sobrevivência delas. Um exemplo simples desta falta de planejamento e organização, que estamos passando neste momento, é que grande parte destas empresas que encerraram suas atividades não possuíam sequer um CRM adequado. Com a pandemia, a pergunta que ficou no ar foi “como vou contatar com o meu cliente se eu não sei nada sobre ele”. Saber o perfil do cliente como por exemplo: onde mora, sua renda, sexo, idade, grau de escolaridade, quantidade de vezes já comprou na empresa e ainda, podemos seguir de forma mais aprofundada determinando o seu “persona” como seus anseios, suas ideologias, seus hobbies entre outros.
O
Marketing não morreu e jamais morrerá, pois agora, mais do que nunca, o Marketing
se tornará uma das principais ferramentas neste novo tempo para as empresas que
querem se tornar prósperas e saudáveis. A tecnologia e a inovação serão
quesitos incontestáveis de sobrevivência e a resiliência empresarial deve
imperar. Bem-vindos ao normal.
Autor (a):
Oscar Fujita
Professor dos cursos de Negócio da Toledo Prudente Centro Universitário