Opinião
Flexibilizar e humanizar como estratégia
14/07/2020
Com exceção
de poucos setores da economia, a grande maioria vivencia uma realidade marcada
por queda nas vendas, dispensa de funcionários e inadimplência. A situação
econômica que enfrentamos é totalmente atípica, pois temos uma retração busca
na demanda sem o tempo hábil para adequar a oferta e a estrutura operacional. O
resultado são empresas com estrutura operacional ociosa e com custos não mais
suportáveis. Em suma, queda do poder aquisitivo de empresários e trabalhadores,
com maior ênfase nos trabalhadores, visto que a maior parte da renda é
decorrente da remuneração dos salários.
Diante disso
o questionamento é o mesmo. Por onde começar?
Ainda que
tanto se busque receitas e fórmulas para o momento, não pretendo aqui
apresentar respostas simples para problemas complexos, más convidar a uma breve
reflexão.
Sem dúvidas
de que para recomeçar é necessário se reinventar como tanto ouvimos. No entanto
o questionamento continua. Por onde começar? Creio que duas palavras: flexibilizar
e humanizar se bem compreendidas podem nos ajudar a planejar a retomada de
nossas vidas econômicas. Vamos a elas.
Flexibilizar
no sentido de negociar, se abrir ao novo, seja no âmbito de quem vende quanto
de quem compra. Aqui não me refiro somente a bens e serviços, incluo ainda a
oferta de mão de obra, força de trabalho. Flexibilização das negociações, do
fortalecimento do pensamento “ganha-ganha”. Ainda que um tanto paradoxal, digo
que se trata de uma visão de médio prazo para garantir o curto prazo. No
entanto, flexibilizar sabendo até onde se pode chegar. Assim, se antes as
empresas já necessitavam de profissionais em todas as áreas, agora passou a ser
uma questão de sobrevivência. Somente com profissionais que sabem até onde os
números da empresa suportam, será possível “flexibilizar sem quebrar”.
A segunda
palavra, “humanizar” é no seu sentido mais amplo, de se colocar no lugar do
próximo, pois somos o próximo de alguém.
Se não
assumirmos a segunda palavra, não conseguiremos aplicar a primeira com
excelência.
Autor (a):
Douglas Fernandes
Economista, mestre em Administração, consultor e professor na graduação e Pós-graduação da Toledo Prudente.