Opinião

A recuperação das empresas em crise

11/11/2020

Sem receio de errar, tínhamos antes da pandemia uma economia que apresentava uma perspectiva de céu limpo, daqueles que todos esperam encontrar em um final de semana. Todavia, com a catástrofe sanitária instalada, o COVID-19 sendo uma realidade cada vez mais presente, o período de quarentena estendendo-se cada vez mais, a economia foi acertada em cheio e consequentemente as atividades empresariais sofreram impacto considerável.

O fato é que agora é preciso pensar nas empresas que ficaram tanto tempo com as portas fechadas, buscar soluções para que essas possam se reerguer e superar o período de crise, manter sua função socioeconômica, gerar emprego e cumprir sua função social.

Em países desenvolvidos, o Estado costuma interferir nas situações de crises da empresa privada como forma de evitar danos à sociedade e a própria economia. No Brasil, o que se assemelha um pouco é a Recuperação Judicial (RJ), regida pela Lei 11.101/2005.  Trata-se de um direito de qualquer empresa privada que se apresenta, temporariamente, em dificuldade, contudo, economicamente viável de recuperar-se.

As empresas em crise, com o auxílio de um advogado e um contador socorrem-se ao judiciário com o intuito de buscar amparo jurídico e com isso atingir obter folego financeiro até conseguir sanar seus compromissos já assumidos, trata-se de um mecanismo legal.

A devedora então, estrutura um plano de recuperação, uma forma de superar o período de crise e apresenta aos seus credores. Em linhas gerais, o principal objetivo é manter a empresa em questão em funcionamento, gerando emprego, mantendo-se como fonte produtiva.

Apesar de toda complexidade que envolve um processo de RJ, vale a pena analisar esse mecanismo como forma de evitar a quebradeira em função do descompasso do fluxo de caixa causado pela pandemia. Se a empresa operacionalmente é viável, existem várias saídas, uma delas pode ser a RJ.

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Fábio Ibanhez Bertuchi

Coordenador dos cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira da Toledo Prudente