Opinião
Desenho biofílico e os espaços públicos da cidade
21/10/2020
Parece ser unanimidade que a pandemia
nos trouxe importantes reflexões, mudou nossos hábitos e mostrou para sociedade,
a urgência do contato rotineiro e saudável com a natureza. Essa necessidade
ancestral de relacionarmos com espaços naturais é conhecida por biofilia. O
chamado desenho biofílico pode ser entendido como a capacidade de projetarmos lugares
paisagísticos onde a biofilia seja incentivada e praticada. Os espaços públicos
de nossa cidade, neste caso praças e parques urbanos, desempenham importante
função de convívio social, além de servirem de palco para que a biofilia
aconteça de fato.
A requalificação destes espaços públicos
torna-se de extrema importância para a melhoria da relação “homem-natureza”.
Inúmeros benefícios ambientais justificam essa meta, dentre os inúmeros
exemplos podemos elencar: a diminuição dos índices de poluição do ar, ilhas de
calor e enchentes. Em áreas com boa incidência de arborização urbana temos a diminuição
de taxas de violência e criminalidade, além do desenvolvimento econômico com a valorização
dos imóveis próximos a estas regiões.
O desenho biofílico fará com que esses
espaços sejam atraentes e funcionais, convidará a população para uma comunhão ressignificava
com a natureza. Para esta missão, devemos contar com serviços de profissionais
qualificados, que consigam projetar estes espaços essenciais, verdadeiros oásis
urbanos. Cabe a nós, exigirmos do poder público, a implantação com qualidade destes
equipamentos urbanos, e que sejam utilizados por toda a coletividade, contemplando
todas as camadas sociais e faixas etárias.
Praças e parques urbanos não podem
perder sua função ambiental, histórica e social, pois são lugares onde a
convivência humana sempre se manifestava em sua plenitude. Através do desenho
biofílico podemos buscar a valorização destes espaços públicos, almejando o
nosso convívio harmônico como sociedade.
Autor (a):
Luciano Katsumy Osako
Arquiteto e urbanista, mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, especialista em Gestão de Projetos e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Toledo Prudente Centro Universitário.