Opinião

Crise energética e o sol dando bobeira

16/09/2021

O avanço da sociedade em direção a um mundo mais tecnológico é exponencial e às vezes até nos assusta. Entretanto, tudo tem um custo e pode ser que a conta chegue ainda em nossa geração. Em busca de novos confortos, o homem nunca consumiu tanta energia como consome hoje.


Façamos uma reflexão: por quantas horas você consegue ficar sem energia elétrica?


Sem dúvida, a energia é um dos bens mais preciosos da sociedade moderna. Para conseguir gerá-la, hoje temos duas vias: fontes renováveis ou não. E vivendo num país dependente de 65% de usinas hidrelétricas, nos deparamos com um delicado paradoxo. Apesar de considerada renovável, quão vantajoso tem sido para o Brasil depender tanto de fontes hídricas para acender nossas lâmpadas?


Há bandeiras de todas as cores encarecendo nossas faturas, causadas por um grande problema, já que o ciclo da água não está dando conta do recado e, consequentemente, os principais reservatórios estão abaixo de seu nível desejável. Para compensar, a matriz energética recorre às termoelétricas – que além de não renováveis – custam caro. Este ciclo se encontra enfraquecido, pois dentre alguns fatores, os ditos “rios flutuantes”, alimentados pela umidade evaporada da Amazônia, estão sem o volume necessário para abastecer as regiões Sul e Sudeste. E por que? Porque temos cada vez menos Amazônia e mais desmatamento.


Esta crise hídrica pesa no nosso bolso e se não houver uma solução proporcional ao problema, a crise tende a virar rotina. Nosso país se situa numa posição geograficamente privilegiada em relação ao sol e pouco desfrutamos desta fonte quase que infinita. A acessibilidade à geração de energia solar está facilitando que casas sejam autossuficientes energeticamente, mas isso ainda insiste em ser um estigma de investimento caro.


Com acesso a benefícios fiscais e diversas linhas de crédito específicas, ter painéis solares instalados sobre seu teto te permite “se preocupar menos” com seu consumo doméstico e faz de você mais um colaborador nesta cadeia sustentável. Se você consegue, aproveita enquanto o sol ainda é gratuito!

Autor (a):
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Murillo da Silva Paiano

Químico, Mestre em Ciência e Tecnologia de Materiais, Doutorando em Química com ênfase em células solares. Docente dos cursos de Engenharias e de Saúde na Toledo Prudente Centro Universitário.