Pesquisa feita por alunas revela faces da violência
Dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (31) por alunas do curso de Serviço Social durante a I Conferência Municipal de Politicas Públicas para Mulheres em Prudente
31/08/2011
Fazer o delineamento socioeconômico da mulher vitimizada, bem como levantar o perfil daqueles que praticam agressão contra a mulher são os objetivos da pesquisa realizada por alunas do curso de Serviço Social da Toledo Presidente Prudente.
Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (31) durante a I Conferência Municipal de Politicas Públicas para Mulheres pelas alunas da Toledo, Vanessa da Silva Oliveira, Giovana Aglio de Oliveira, Telma Lucia Garcia, Daniele Raminelli, Mariana Molina Godoy e da coordenadora do curso, Juliene Aglio de Oliveira.
“Foram analisadas informações de atendimento do CREAS desde o início de 2009 até junho de 2010 e verificamos mais de 350 atendimentos de mulheres que foram agredidas de forma verbal, física ou moral”, explica Juliene, que também coordenou a pesquisa realizada em virtude dos trabalhos de Iniciação Científica das alunas na Toledo.
“Quanto ao perfil das vítimas, a maioria das atendidas neste período tem de 31 a 40 anos, são brancas, católicas, do lar e possuem o ensino fundamental incompleto”, revela a aluna Giovana Aglio de Oliveira.
A pesquisa também aborda a questão do agressor e enfatiza que são em sua maioria homens, companheiros da vítima e em sua maioria, são quimicamente dependentes de substâncias lícitas ou ilícitas, como o álcool e a maconha, respectivamente.
“A violência é uma questão naturalizada pelo processo histórico e que infelizmente, muitas vezes por filhos e familiares”, explica a aluna Mariana Molina Godoy.
Também presente no evento, a secretária de assistência social, Regina Penatti enfatizou a importância deste levantamento para enfrentamento da violência contra a mulher no município e destacou a importância da atuação das alunas nestas situações reais. “Por meio desta iniciativa, as alunas ganham experiência e podem alinhar teoria e prática e claro, a comunidade, pois a partir destes dados temos um raio-x do problema que está bem à nossa frente”, finaliza.