Evento debateu violência sofrida por mulheres

Fórum realizado pelo CREAS contou com o apoio da Toledo e apresentou medidas para o enfrentamento de situações vivenciadas pelas vítimas

11/11/2010

O Salão Nobre da Toledo Presidente Prudente sediou na manhã desta quarta-feira (10) o I Fórum Territorial do Pontal do Paranapanema de Defesa da Mulher.

O evento é uma realização do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e tem o apoio da Toledo Presidente Prudente, por meio do curso de Serviço Social, que neste ano completa seu jubileu de prata.

Durante o evento, que reuniu membros da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), da secretaria municipal de assistência social e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram discutidas demandas em relação à aplicação da Lei 11.340/2006, conhecida popularmente como a ‘Lei Maria da Penha’, principalmente no que diz respeito às mulheres que vivem em perímetro rural.

O Fórum contou também com a presença de militante Maria Amélia de Almeida Teles - 'Amelinha' (foto), uma feminista dos anos 70, que vivenciou a retomada do feminismo no mundo inteiro e que compartilhou com os presentes as suas experiências vivenciadas durante a ditadura militar até os dias de hoje.

“Vivemos atualmente numa sociedade moderna, porém, ainda muito burocrática, por isso destaco hoje a importância de debates como este para trocar experiências e promover soluções para um problema que atormenta milhões de mulheres em todo o mundo”, disse.

A secretária municipal de Assistência Social, Regina Penatti integrou a discussão sobre a problemática, enfatizando que apenas em Presidente Prudente, foram contabilizados mais de 1600 boletins de ocorrência até o momento que relatam algum tipo de violência contra a mulher desde que a Lei entrou em vigor.

“Vemos claramente que se trata de uma situação de vulnerabilidade que deve ser analisada de forma clara visando acima de tudo não apenas solucionar e punir os agressores, que na maioria das vezes são maridos, namorados ou mesmo companheiros da vítima, mas também trabalhar na forma de prevenir tais atos”, enfatizou.

Ela ressalta ainda que estas situações são agravadas ainda mais quando as agressões ocorrem em áreas rurais, como os assentamentos em Mirante do Paranapanema. “Muitas vítimas deixam de registrar  queixa estando nas grandes cidades e empecilhos como distância entre as moradias nas áreas rurais e falta de orientação colaboram para que muitos agressores fiquem impunes”, explicou.

A coordenadora do curso de Serviço Social da Toledo, Juliene Aglio de Oliveira falou sobre a parceria da Toledo neste evento, que é de extrema importância para a promoção de reflexões e discussões sobre este problema. “Já iniciamos inclusive a organização e a estruturação da segunda edição do evento, que, com certeza a Toledo vai ter o prazer de sediar no próximo ano”, finalizou.