Genocídio de Ruanda foi tema de monografia

01/12/2009

Intitulada “O genocídio de Ruanda e alguns aspectos da jurisdição internacional”, a aluna do 8º termo de Direito da Toledo Presidente Prudente, Ligia Maria Lario Fructuozo (foto), defendeu sua monografia, orientada pelo professor e coordenador de curso Sérgio Tibiriçá Amaral, ontem (30).

A defesa do trabalho, que teve como membros da banca o professor Jurandir José dos Santos e a assessora jurídica da AGU (Advocacia Geral da União) Regina Soares de Macedo, recebeu nota dez.

“O tema é muito importante na ótica dos Direitos Humanos, por relatar o maior genocídio da história da humanidade, depois do nazismo. Porém, tratando-se de um país africano pouca importância foi dada ao tema em termos de publicações”, explica o orientador da pesquisa.

Ele diz ainda que os crimes de Ruanda são julgados por um Tribunal, na Zâmbia, e que a monografia traz detalhes sobre esses julgamentos. “A acadêmica fez uma pesquisa excelente em obras, sites e revistas, além de filmes e documentários”, acrescenta Amaral

De acordo com Ligia, a escolha do tema para estudo aconteceu após assistir ao filme ‘Hotel Ruanda’. “Fiquei impressionada com o que vi e achei que valia a pena estudar e entender o que tinha acontecido”, relata.

A aluna conta que a maior dificuldade foi em relação as obras de consulta, já que não existe muito material disponível, e que pesquisas pela internet e os filmes e documentários sobre o genocídio também serviram como fonte.

“Receber a nota máxima é gratificante, é o reconhecimento do esforço que a pesquisa exigiu. Agradeço aos professores Sérgio, Jurandir e Antenor Ferreira Pavarina”, finaliza.

História
Em abril de 1994, a morte do presidente Juvenal Habyarimana, num atentado em avião, e o avanço da Frente Patriótica Ruandesa produziu uma série de massacres no país contra os tutsis – um dos dois grupos étnicos de Ruanda, o outro é chamado por hutu – e causou um deslocamento maciço de pessoas para campos de refugiados situados na fronteira com os países vizinhos, em especial o Zaire (hoje República Democrática do Congo).

Em agosto de 1995, tropas do Zaire tentaram expulsar esses refugiados para Ruanda. Quatorze mil pessoas foram então devolvidas a Ruanda, enquanto outras 150.000 refugiaram-se nas montanhas.

Mais de 500.000 pessoas foram assassinadas e todas as mulheres que sobreviveram ao genocídio foram violentadas. Muitos dos 5.000 meninos nascidos dessas violações foram assassinados.